quinta-feira, 4 de março de 2010

Léo;

Tudo aqui é tão forte. Supostamente, eu deveria estar num lugar para estudar, um lugar novo, calmo, uma vida nova, mas parece que não importa aonde eu vou, meus erros me perseguem. Me perdoar é tão difícil, meu deus, eu vivi uma vida de ódio e intolerância, mas tive tanto espaço na minha vida para amar. Meu amor por ti não é o suficiente, Léo? Não sou eu uma pessoa boa por te amar? Não, pois eu odiei tanto mais. Fui tão egoísta, egocêntrico, egomaníaco, ególatra, não percebi o que era bom pra ti, o que tu querias. E fui tão mau, tão vil, tão cruel. Meus deus, por que? Porque me abandonaste? Se sabias que eu não era Deus? Se sabias que eu era fraco? Sou tão fraco. Não era São Paulo que me oprimia, é meu ódio. Ele faz tudo tão alto. Os sons são tão altos, minha solidão é tão grande. Eu quero meus livros, meus filmes, minha familia, meus amigos. Eu quero minha vida de volta. Eu quero, eu quero, eu quero, eu quero...
Padre, eu nunca me confessei. Eu pequei tanto, padre. Eu enganei pessoas, eu as ofendi, eu roubei, eu cobicei a mulher do próximo, não usei o sábado para santificar ninguem, adorei a falsos deuses, cometi adultério, fui guloso, avarento, luxurioso, irado, melancólico, preguiçoso, vaidoso e orgulhoso, eu até mesmo pratiquei o homosexualismo, neguei Deus por tantas vezes, cuspi em sua face. Eu quero tanto ser perdoado por alguem, que alguem me ame apesar de tudo, porque eu mesmo já desisti de mim.

2 comentários:

Beatriz Baldan disse...

acho que esse foi o melhor dos últimos.

Beatriz Baldan disse...

quis dizer, o mais intenso dos últimos, deu pra sentir o que você sentiu ao fazer o texto, ou pelo menos deu pra ter uma idéia de tudo.