Léo;
Hoje choveu bastante. E nós dançamos no chão de falso linóleo e tinha uma banheira no chão. Era pra ter acontecido a peça O Último Canto do Bode, mas choveu. Então dançamos. Atrás da camiseta do grupo Héliogábalus está escrito Le Temps Detruit Tout, e eu só conseguia pensar na ironia. Tu nunca bebias comigo, hoje me disse que estava bêbada. Eu sempre quis que tu cortasses o cabelo, agora está com o cabelo curto. Meu amor por ti se encontra todo entre minhas pernas. Transgressão é tão bonito. Acho tão bonito pessoas que tem coragem de ser quem são e amar quem amam. Tenho um carinho especial pelos freaks. Amo-os. Tudo que é marginalizado eu gosto. Menos tu, que é branca, bonita e inteligente. Tu eu amo, mas tu és aceita por todos, tu não precisas do meu amor. Tu nem me amas mais. Acho que no momento, só meus pais me amam. Mas meus pais não trepam comigo (graças a deus) e era disso que eu precisava agora. Alguem pra dormir comigo e fazer sexo e ver quem eu sou de verdade, não essa carcaça, esse casulo. Eu aparento ser uma pessoa tão peaceful, mas há um caos aqui dentro, um desejo de transgredir, de mijar no patrimônio histórico, fogo no boné do guarda, pedra na cara do prefeito. Há um desejo de sangrar. Estou cansado de ver tudo tão bonito e perfeito, queria ver sangue e visceras e os piores defeitos das pessoas. E amá-las justamente por isso.
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