segunda-feira, 29 de março de 2010

Léo;

Curitiba tem sido boa comigo. Hoje fez um sol lindo e depois uma lua cheia perfeita. Curitiba é tipo aqueles lugares tão bonitos que dá um tédio absurdo de viver. Ontem só assisti filmes o dia inteiro, nem sei como foi o dia. Tem um prédio em frente ao meu e sempre que eu vou fumar tem um guri que também está fumando ali, e a gente fica fumando junto. A gente não conversa, mas a gente fuma. As vezes eu fico meio idiota, rindo de tudo, mas é gostoso, eu gosto de rir, rir é bom, mas aí eu me sinto meio idiota. O gostoso daqui tambem é que eu não sinto que tenho que provar nada pra ninguém, da pra ser quem se é, e isso é uma delícia. Não tem ninguém me cobrando aqui pelo que eu faço ou deixo de fazer. Eu não faltei um dia na faculdade até hoje. Mas no curso de fotografia eu faltei um dia e dormi em uma aula. Mas tudo bem porque eu comprei um livro de fotografias do Richard Kern da Maíra. Não paguei ainda, mas comprei, é meu. Eu julgo menos as pessoas, mas continuo julgando, isso eu sempre vou fazer acho. Continuo achando que há pessoas boas e pessoas estúpidas e geralmente a estupidez impera nos lugares e a gente ri pra não chorar. Eu queria dançar e fazer mais sexo. Não tenho saudades de São Paulo, mas sinto muito a falta de Buba, queria ela aqui comigo pra gente ver vídeo no youtube e rir da cara das pessoas e conversar sobre o futuro, é tão dificil pensar num futuro com essa distância aqui. Curitiba seria tão legal se fosse São Paulo. Em São Paulo não tem esse sol de hoje, nem essa lua de hoje. Mas em São Paulo eu me entediava menos, fumava menos e comia melhor. Em São Paulo eu me masturbava mais, aqui nem da vontade. De vez em quando eu pego um livro e dou uma folheada, não tenho vontade de ler, então só olho os albuns, os livros de ilustrações...
Hoje o professor falou que vivemos na era da banalização da imagem, mas sobre a banalização da palavra nunca vi ninguem dizendo nada. Acho que falo tão menos do que as pessoas por aqui. Todo mundo fala tanto, a maioria é descartável. Em São Paulo eu falo tanto e tão rápido, aqui da uma leseira...
Eu não sei aonde eu estou chegando com esta carta, então eu vou parar por aqui mesmo.
Beijos.

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