quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Léo;

Eu, Léo, nunca levei coisa alguma sério, e sempre tive esse pensamento de que se tudo der errado, a gente sempre pode se matar. Por exemplo, nada é urgente. Nada é urgente porque tu não podes ficar contando com as outras pessoas. Vai que elas morrem?? Por exemplo, se teu chefe te pede um relatório para amanhã. Ele não é necessáriamente para amanhã, porque se no meio do caminho tu fores atropelada por um carro e ter de ser internada com diversos ossos quebrados? O relatório terá de ser adiado e ninguem poderá ser culpado, ja que tu aparentemente não gostaria de ser atropelada, então foi uma força maior que lhe impediu de entregar o relatório...
E foi seguindo esta linha de raciocínio que eu sempre levei minha vida. Por isso que eu nunca parei em um emprego e tive tantas dificuldades para terminar o colégio. Porque eu posso morrer a qualquer hora, meu amor, e mais do que isso eu posso decidir me matar a qualquer hora, então eu preciso aproveitar tudo aqui e agora. Eu sou hedonista por natureza, eu só gosto de fazer o que me faz feliz, porque eu não gostaria de morrer e perceber que eu não fiz um monte de coisa que eu gostaria de ter feito porque eu tinha um relatório para amanhã! Não! Eu estudo depois, eu trabalho depois, eu estou me divertindo agora!
Mas veja só, mesmo quando eu estou me divertindo muito, meu próprio cérebro fica mandando essas mensagens de tristeza para minha cabeça, como se eu fosse proibido de brincar, de rir... de ser feliz, sabes? Por isso esses momentos são tão caros para mim, e é por isso que eu tenho uma vida tão incerta. Porque eu troco tudo por um momento feliz. Eu e tu pelados embaixo do cobertor, dormindo gostoso, dois corpos num mesmo espaço.

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