domingo, 18 de outubro de 2009

Léo;

Eu ando pelo centro da cidade pensando na diferença entre mim e o mendigo sentado na própria merda. Eu vou a festas e imagino quantas pessoas já treparam naqueles lugares. Eu imagino um go go dancer ultramacho dando a bunda pra um velhinho. Eu imagino patricinhas ultrasofisticadas oferecendo dinheiro para chuparem o pau de mendigos. Eu ando pela cidade e penso em quantas pessoas já morreram naquelas ruas. Eu ando pelo centro da cidade pensando em quantas putas moram por ali, quantos traficantes, quantos viciados. Eu imagino famosos cheirando pó de vasos de privadas imundos. Eu imagino quantas pessoas tiveram suas vidas destruídas por drogas ou violência naquelas mesmas esquinas. Imagino quantos perderam a lucidez ali mesmo, beijando o asfalto, lambendo a bota suja da cidade. Eu imagino quantos indigentes já defecaram naquela mesma rua, quantos bêbados já vomitaram e caíram em cima do próprio vômito. Quantas meninas alteradas já mijaram agachadas naquela rua enquanto as amigas faziam uma cabaninha improvisada. Eu imagino quantas brigas já aconteceram por ali, quantas batidas de carro, quantos ratos moram naqueles esgotos, quantas homens estão gozando nos motéis e puteiros no momento em que passo na frente deles, qual será o futuro de todas essas putas, eu imagino. Eu imagino o fim da humanidade como um dia feliz, venham, seres extraterrestres, e nos tire dessa miséria. A raça humana é podre, Léo.

Um comentário:

Camila S. disse...

A raça humana é podre, pobre, egoísta e doente. Nossos dias de domínio ainda vão acabar. Enquanto isso, vale aproveitar algumas flores que brotam em meio às dores.

Gostei daqui, e realmente gostaria que você voltasse no meu blogue. Meus textos são grandes, mas não mordem (acho) ;)