sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Léo;

Uma vez por dia tenho vontade de morrer e entro em pânico, porque temo que a vontade não vá embora. E fico o resto do dia sentindo a mão cadavérica e fria da morte em meu ombro e tenho vontade de chorar. Tudo vai tão bem até que algo de ruim acontece, não é mesmo? Eu queria tanto me sentir livre, livre para poder fazer o que quiser, durmir tarde, acordar tarde, comer fora todo dia, dormir contigo todo dia, mas não. A realidade é um correia de cavalo , que cega e puxa nossa cabeça para trás. Enquanto escrevo isso o braço da morte cai pesado no meu ombro. E eu desejo morrer porque estou cansado. Meu corpo pesa muito. Minha cabeça dói muito muito. E eu só queria ser livre e chorar um pouco e fazer amor contigo hoje. Só queria chegar em casa e saber que não preciso acordar amanhã, que o mundo pode esperar, que a gente pode assistir Hiroshima, mon amour juntos enquanto tu me faz um cafuné. Eu só queria morrer lentamente nos seus braços e saber que amanhã não vai ter trabalho, não vai ter estudo, não vai ter cansaço. Só vai existir eu no meio do mundo, dormindo profundamente.

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