quarta-feira, 1 de julho de 2009

Léo;

Caminhando por um vasto campo branco e negro, perdido no espaço de minha imensíssima infantilidade. Eu então com apenas seis anos depressiava madrugada a dentro, me afundando em sórdidos pensamentos, num mundo obscuro que eu mesmo havia criado.
Olhava eu lado a lado a procura de um rosto familiar quando avistei despreocupadamente despejado o torso de meu pai mutilado. Mais a frente mergulhado numa poça rubra estava o coração de minha mãe ainda vivo, mas seu corpo lá não estava. Rolando como bolas de gude por entre meus pés, os olhos de minha irmã ali passaram, ainda olhando para mim. Num gesto rápido de puro reflexo, agarrei por um nervo fétido um dos olhos de minha irmã. E num momento indescritivel, entre o tombamento de minha cabeça ao solo para então o resto de meu corpo, avistei por cima de meu pescoço morto, o rosto calmo de meu executor. Acordei e havia feito xixi na cama.

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