domingo, 14 de junho de 2009

Leo;

Sinto tanto tanto tua falta que tu nem pode imaginar o quanto eu procurei em vão tua mão enquanto eu descia a Rua Augusta que tu tanto desceu comigo. E eu estou tão patético, tão patético, com tanta pena de mim mesmo, com uns ciúmes idiotas que eu não posso demonstrar, com umas raivas infantis de coisas que estão fora do meu alcance, tão idiota, meu amor, tão patético, mas eu tenho a Julia, ah, a Julia, se não fosse Julia, eu seria um mala, uma pessoa grotesca reclamona resmungona achando que só eu tenho problemas, mas ela me lembra e eu concordo com ela, que todo mundo sente isso, que são coisas da vida e que o melhor é verbalizar por mais dificil que seja e eu abro meu coraçao com ela de uma forma que eu nunca abri com ninguem, a não ser contigo, e quanto mais eu falo mais vazio fico e eu não sei da onde vem, ou talvez eu saiba e não queira aceitar pra mim mesmo, e é tanta ausencia que eu sinto frio e nao é por causa do frio de São Paulo no momento, é um frio por dentro, um frio na alma ou de ausência de alma, frio de pressentimento da morte, frio de paixão, paixão que não tem pra onde ir, meu amor, não tem ninguem beijando a minha boca e ah meu deus do céu como eu quero, como eu desejo, como eu sou patético, logo eu, meu amor, que nunca fui a puta de ninguem, me vendendo barato assim, fazendo merda atras de merda, desejando encarar a morte de frente pra ter um propósito, passar por uma situação de risco pra valorizar mais as coisas básicas da vida, logo eu, logo eu que sempre, que sempre...que sempre nada, meu amor, são chuvas de verao, mazelas de quem sente demais, meu deus, como eu fui grosso, por que? como eu fui ridiculo, patético, patético, patético, POR QUE eu te mandei uma mensagem? por que eu não te impedi, não falei que tu ta cometendo um erro, não insisti, deixei tu ir, baixei a cabeça, patético patético patético, meu amor, eu me apeguei tanto, eu me deixei envolver tanto, tanto, que...que...que...que... eu nao sei o que fazer, eu não sei pra onde ir, eu só sei que falta algo, falta tu, falta tua boca na minha, minhas mãos todas por cima de ti, meu anjo negro, puro osso, minha pequena morte, é tu que encosta no meu ombro e me faz sentir calafrios no corpo inteiro, meu estômago parece querer saltar, fugir, de tanto que eu contraio meu diafragma de tanto frio, mas estou tão agasalhado, meu amor, tão agasalhado, é frio teu, é frio de não-estar, e eu quero tanto alguem, quero tanto, eu nao consigo ser feliz sozinho

Um comentário:

Unknown disse...

o amor é tão azul