Léo;
Meus olhos hoje revelam uma vileza que eu não possuía. Uma vileza de saqueador de caminhão de mantimentos pra Santa Catarina. Uma mudez mórbida e uma falsidade sentimental dolorosa. Quem me vê por poucos instantes acha que eu estou com sono e não percebe o pântano em qual estou atolado. Passeio no metrô olhando seu rosto, principalmente tua boca, que causa uma sensação em mim de inexplivável admiração. Sinto ímpetos de beijá-la mas acaricio tua perna e tu te irritas. Meus olhos parecem hoje tão fundos quanto um Canyon e meu corpo cansado não consegue repousar nessa cadeira, as duas manhã, por causa dessa tensão dolorida em meu pescoço e eu fumo um cigarro atrás do outro e nem o chocolate que eu roubei faz eu me sentir melhor. Língua de gato é o nome do chocolate. Aqui não tem nenhum gato pra ronronar no meu ouvido e dizer pelo olhar que me entende e que isso é normal e acontece. Minha boca hoje é disforme, mal se fecha e meus lábios parecem não casar um com o outro. Não me sinto confortável no meu corpo e me incomodo com meus pensamentos e essa angústia e frustração adolescente e vontade de entrar em coma por 8 anos e voltar a viver, dessa vez em branco, do zero e educar meu coração a só gostar de quem gosta de mim como gosto deste alguém.
Um comentário:
um dia tu te arruma, leo.
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