sábado, 5 de dezembro de 2009

Léo;

Viajando estou para ficar sozinho, finalmente. Eu que sou tão carente, decidi que o melhor era ir pra um lugar onde conheço nada nem ninguém, para acostumar meu coração com o vazio. Espero com essa viagem perder meu medo da solidão e da morte. Espero exceder expectativas e ser eu completamente. Eu espero encontrar um outro Pedro lá fora. Um Pedro desconhecido a mim. Um Pedro que seja tudo o que eu sempre quis ser, mas por algum motivo não sou, e é esse Pedro que eu estou buscando lá fora. Eu vou viajar para esquecer de ti. Da minha família. Dos meus amigos. Não que eu não os ame. Mas é que para eu poder crescer eu devo desapegar. Acabar com todo e qualquer vínculo com a humanidade, para conhecer o animal em mim e saber do que eu sou realmente feito. Para que eu possa voltar forte e competente. Sabendo o que é a fome e a tristeza. Encarar a morte de frente. Andar de braços dados com a solidão.

Um comentário:

Clara Moriá disse...

Andar de braços dados com a solidão é muito triste. Experiência própria. Querer se desapegar das pessoas, das coisas desse mundo para se conhecer é legal. Mas tem que saber o limite, por que se não, ao invés de se conhecer, você se perde e se esquece como voltar.

Sobre as conseqüências devastadoras do amor, realmente, são devastadoras mas, sendo quem sou, não vivo sem o amor, independentemente das conseqüências.